Economia Planificada

"Essa tática de planejamento colocou 124 grandes empresas estatais chinesas na lista da Forbes, das 500 maiores empresas do mundo."

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Felipe José dos Santos, advogado.

Elias Jabbour, economista, assessor de Dilma no BRICS (Banco que foi criado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), junto com Alberto Gabriele, escreveu um livro sobre a China e o Socialismo do século XXI.

Bem interessante a abordagem e as análises que os dois fizeram sobre o método que a China desenvolveu para escapar das crises sistêmicas que acontecem na economia internacional. Segundo os dois, a China desenvolveu uma forma diferente de governar e administrar sua nação, aprendendo a conviver com o capitalismo e, inclusive, aprendendo como funcionam os mercados internacionais, como os grandes conglomerados empresariais praticam a administração de suas empresas e, também, como usam o lucro dessas transações financeiras.

Conforme a visão deles, o sistema das grandes empresas internacionais é baseado na economia clássica, onde “a mão do mercado” regula a oferta e a demanda e as empresas fazem a concorrência saudável que vai organizando o sistema, pois as mais fortes sobrevivem e as mais fracas vão sendo engolidas.

Observando a China, eles encontram algumas diferenças que trazem mudanças bastante interessantes e explicam o motivo da recente evolução econômica dos chineses. Uma dessas diferenças está no modo de planejamento que as grandes empresas internacionais fazem com os lucros que adquirem e o planejamento que as grandes empresas estatais da China também fazem.

As empresas internacionais usam o lucro para continuar a reproduzir outras formas de lucrar mais, enquanto as empresas estatais chinesas são planejadas para competir no mercado internacional e ganhar lucros que são investidos no chamado “setor improdutivo”.

Eles consideram como setor improdutivo os investimentos em saúde, educação, cultura e pesquisa e desenvolvimento, que são reinvestidos nos grandes conglomerados de empresas estatais, de acordo com as necessidades que a população possui. Tudo o que a indústria produz para o mercado interno eles produzem em excedente para fortalecer a balança comercial e competir “de igual para igual” com as grandes empresas de capital privado internacional.

Essa tática de planejamento colocou 124 grandes empresas estatais chinesas na lista da Forbes, das 500 maiores empresas do mundo. O modelo econômico sobre o qual os autores falam faz uma inovação, pois o governo chinês não deixa as empresas e o capital nacional, nem internacional, interferirem na política. Sem a interferência econômica nas decisões administrativas o governo chinês evita, dentro do possível, já que não existe no mundo poder sem corrupção, os mecanismos que grupos usam para se beneficiar através do controle político.

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