Filhos com a mesma educação fazem escolhas contraditórias

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Cônego Alexander Mello Jaeger

Conclui a leitura do livro Tabula rasa: a negação contemporânea da Natureza Humana.
O autor é Steven Pinker, psicólogo canadense naturalizado norte americano e professor em
Harvard. É umas das autoridades nas ciências cognitivas e nos estudos da linguagem aplicadas as neurociências. Muitos destes termos não nos são familiares, no entanto nos afetam diretamente. Pertencem ao ramo do estudo da mente humana, assunto que ocupa muito tempo dos cientistas e investimento da sociedade. Esses conhecimentos ajudam muito na manutenção da saúde das pessoas, mas também são usados com outros fins, mais ligados a influenciar o pensamento humano.

É um livro que exige uma leitura mais reflexiva. Trata de muitos temas, sendo a base
da discussão a ideia, muito difundida, que o ser humano é muito mais o resultado de seu meio vivencial do que de uma natureza que lhe é inata. Há uma teoria que conceitua o ser humano como uma folha em branco, como uma massa que pode ser modelada ou uma tábula rasa, daí o título do livro. Cada pessoa é aquilo que o seu contexto construiu. Esta compreensão é analisada a partir de um outro ponto de vista, o da real existência da natureza humana em cada pessoa.

Depois de tratar vários fundamentos das teorias, o autor reflete especificamente sobre
cinco temas. Um deles é sobre as crianças. Hoje paira uma nuvem ameaçadora sobre a
educação dos filhos. Parece que os pais tem muito probabilidade de errar na educação do que acertar. Há uma quantidade avassaladoras de artigos, livros, conselhos para educar
corretamente os filhos. Nas últimas décadas muitos pais se sentem culpados ou são julgados responsáveis pelos erros de seus filhos.

Muitos pais se perguntam como é possível que filhos que tiveram a mesma educação
escolheram caminhos opostos. Não se trata de profissão, mas de escolhas comportamentais, éticas. Quando são gêmeos se torna mais aguda a questão. O autor retoma a importância de considerar que cada pessoa tem uma natureza genética e psicológica. Não basta a educação pois a natureza tem sua força própria.

Não se nega a influência da educação dos pais e da institucional pelas escolas, igrejas,
associações e outros grupos. Os meios de comunicações e as redes sociais contribuem muito neste processo. Uma boa educação começa conhecendo a natureza de cada criança, vendo suas diferenças e trabalhando individualmente cada uma delas. As diferenças existem e devem ser administradas para alcançar um desenvolvimento sadios nos filhos. Os pais e educadores devem ficar mais tranquilos, deixar a natureza se manifestar e agir, e fazer as intervenções educacionais quando de fato forem necessárias.

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