Depois de um ano e cinco meses da ofensiva russa na Ucrânia, chamada pelo ocidente de invasão e pelos russos de operação especial, os ucranianos, apoiados pela OTAN lançaram, nessa semana, uma contraofensiva.
As fontes de informação do ocidente, toda a mídia vinculada com os Estados Unidos, dizem que a ação dos ucranianos está tendo êxito. Já as fontes de informação do governo russo e seus aliados dizem que as forças ucranianas não estão conseguindo atingir seus objetivos de recuperar o território ocupado pela Rússia.
A guerra começa na informação e os relatórios de ambos os lados sempre puxam a brasa para o seu assado. Mas existem algumas coisas que não podem ser escondidas e acabam por ficar evidentes.
O que é certo em tudo isso é que houve uma invasão da Rússia que ocupou algumas regiões da Ucrânia que dão acesso à Criméia, uma área de terra que a Rússia já havia tomado em 2014. Também é certo que a invasão russa se deu após a Ucrânia acenar para entrar como membro na OTAN e depois que russos residentes na Ucrânia foram atacados na região de Donbass, acusados de separatismo.
A OTAN alega que a ação russa foi arbitrária e que feriu a soberania ucraniana e, por isso, deve ser rechaçada com toda a veemência pelos países ocidentais. A Rússia continua alegando que existe um plano de coação e tentativa de desestabilizar o país e ameaçar a sua soberania, pois existiam tratados anteriores nos quais a Ucrânia se comprometia a não entrar para a OTAN.
Essa semana o conflito escalou para um novo patamar e além de ataques maciços dos russos contra Kiev, capital da Ucrânia, aconteceu, também, um ato terrorista contra uma barragem perto da cidade de Kerson. Ninguém assumiu o ato terrorista, sendo que os russos dizem que foi a Ucrânia que atingiu a barragem para prejudicar a Criméia e os ucranianos dizem que foi a Rússia, para fragilizar a contraofensiva ucraniana.
Durante a próxima semana já teremos algumas informações sobre a ação ucraniana e a reação dos russos; se a OTAN vai conseguir resgatar o território ocupado ou a Rússia vai manter as posições que conquistou. O fato concreto em tudo isso é que a guerra entre a OTAN e a Rússia já está deflagrada, mesmo que a OTAN use a Ucrânia de instrumento para isso.
Quem continua sofrendo os devastadores efeitos da guerra são os ucranianos. Agora, cerca de 20 mil foram afetados pelo rompimento da barragem e estão vivendo mais uma crise humanitária. Fiquemos atentos e vigilantes, pois os ucranianos estão pagando por sua própria omissão política e incompetência em manter a paz e rechaçar e defender a união do próprio povo. A guerra está rondando o mundo e os senhores da guerra estão agindo em todos os países, tentando desestabilizar e criar cisões. No Brasil, parece que não está sendo diferente.