Foi assassinado, nesta semana, o braço político do Hamas, Ismail Haniyeh. Seus três filhos já haviam sido assassinados anteriormente. O Hamas é retratado por toda a mídia ocidental como um grupo “terrorista”.
O assassinato de Ismail aconteceu em território iraniano, na capital do Irã, Teerã. Um ataque dessa envergadura é uma afronta à soberania do Irã e, por isso, o líder supremo Ali Khamenei afirmou que é dever de Teerã vingar a morte.
Alguns meses atrás um comandante militar do Hamas já havia sido assassinado e o Irã mandou uma série de drones contra Israel, demonstrando que poderia acontecer uma escalada bélica no Oriente Médio. Ao que parece, os líderes de Israel não se impressionaram com a demonstração de força iraniana, naquele momento. Agora é a reputação dos líderes e a capacidade do exército iraniano que estão sendo colocadas em jogo, pois os israelenses não só repetiram o ato de assassinato como fizeram dentro da capital iraniana.
Se o Irã não der uma resposta consistente, para demonstrar que possui condições de defender sua soberania, os israelenses podem transformar em alvo qualquer líder iraniano dentro de seu próprio território.
A escalada nessa guerra pode ter sérias consequências para o Oriente Médio e para a economia global, desembocando em mais hostilidades e conflitos entre grandes potências que já estão se articulando em um pano de fundo mais preocupante ainda.
A nova estrutura geopolítica do mundo está se formando. Alguns falam em um mundo multipolar que está se contrapondo ao período de tempo em que somente os EUA ficaram no comando depois da queda da União Soviética. Esse mundo multipolar seria dividido, novamente entre países ocidentais e orientais, tendo de um lado os Estados Unidos e a Europa e do outro a Rússia e a China.
As guerras em Gaza e na Ucrânia já estão se espalhando pelo Oriente Médio e uma nova corrida armamentista está acontecendo, com milhões de recursos sendo investidos na produção de armas e munições. Os “Senhores da Guerra” voltam a ditar a economia do mundo e estão criando um novo período sombrio para a humanidade, que, ao que está parecendo ao longo da história, de tempos em tempos, gosta de um período de terror, atrocidades, mortes e desumanidades.
A receita parece ser velha e simples desde tempos muito remotos. Basta incentivar o medo, o ódio e o ressentimento por um bom tempo e depois separar o povo em duas alas que consigam ver uma na outra os responsáveis pelo ódio que possuem. Depois colocar ambas a turbas em jaulas próximas, ondem possam se ofender e provocar. A última medida é retirar as grades e deixar que se engalfinhem para destilar o ódio que cultivarem. É assim que se faz uma guerra, com base em princípios de soberania nacional ou religião, para vender armas, destruir e reconstruir cidades inteiras.