O que disse Javier Milei após ser declarado o novo presidente da Argentina

Ele indicou que sua “primeira viagem será aos Estados Unidos e depois viajará para Israel”. Manteve ainda fala sobre fim do Banco Central

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O discurso do presidente eleito seguiu no mesmo tom com relação ao que vinha defendendo em sua campanha. Foto: Reprodução/programa de Esteban Trebucq

GGN – Longe de suavizar o discurso, o vencedor do segundo turno das eleições na Argentina, Javier Milei, da coligação A Liberdade Avança, ratificou na noite deste domingo (19), logo após ser declarado eleito, os planos que apresentou durante a campanha.

O novo presidente argentino disse, ao se referir à política externa, estar “disposto a trabalhar com aqueles que querem abraçar as ideias de liberdade”, e desta vez declarou que irá receber todos, mesmo ao se referir à política interna, onde enfrentará um congresso em que não possui maioria.

Ele indicou que sua “primeira viagem será aos Estados Unidos e depois viajará para Israel”. Tudo antes de assumir. “Tem uma conotação mais espiritual do que outras características”, declarou Milei. 

Durante a campanha eleitoral, o então candidato demonstrou seus dotes mediúnicos ao declarar que costuma consultar o espírito do cachorro morto e em um programa de televisão declarou estar ouvindo vozes.

Reunião com Alberto Fernández

O presidente eleito irá se reunir com o atual mandatário, Alberto Fernández, “para que a transição seja o mais ordenada possível e desta forma minimize os danos à população devido ao que está acontecendo nos mercados”, alertou ao ratificar os eixos do que será seu governo. 

Sobre o fechamento do Banco Central, Milei declarou se tratar de “uma obrigação moral” que assumiu e destacou que para isso é preciso “dolarizar”. Como disse durante a campanha, “propomos que a moeda seja a escolhida pelos indivíduos”.

A medida seria, na opinião do presidente eleito, para acabar com a inflação. “A evidência empírica para o caso argentino diz que se você cortar a emissão monetária hoje, esse processo leva entre 18 e 24 meses para destruí-la e trazê-la aos níveis internacionais mais baixos”, disse.

Como a inflação está atrelada ao empréstimo do país junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Milei revelou que nas últimas horas “o FMI comunicou comigo”, mas não deu detalhes, reconhecendo que “temos mantido o diálogo desde antes das eleições”.

Retenções

Sustentou que também avançará “no sentido de eliminar as retenções (impostos)”, mas reiterou que primeiro será necessário “abrir o mercado cambial” e que para abri-lo “deve-se primeiro fixar o saldo do BCRA (Banco Central da República da Argentina)”.

“Temos um plano claro de como resolver isso, então nesse sentido estamos confiantes e a partir daí libertar os stocks implica também libertar atividade, emprego e começar a restabelecer o equilíbrio da economia”, insistiu Milei em um plano bastante questionado por economistas mesmo do campo liberal.  

Equipe de governo

Milei declarou neste domingo (19) que seu governo será composto por oito ministros. Antecipou que Mariano Cúneo Libarona será o ministro da Justiça e que a sua ex-candidata a governadora de Buenos Aires, Carolína Píparo, ficará à frente da Administração Nacional da Seguridade Social (Anses).Por sua vez, o ministério de Segurança e Defesa será de responsabilidade de Victoria Villaruel, eleita vice-presidente, negacionista dos crimes da Ditadura Militar (1976-1983), filha de um ex-torturador e defensora de militares envolvidos em crimes contra a humanidade.

“A saúde depende do Capital Humano (algo similar a um Ministério da Educação), liderado por Sandra Petovello, que já tem a equipe montada e funcionando. Gustavo Morón está no trabalho”, seguiu anunciando seus ministros e ministras.

 

Com informações do jornal Pagina 12 e Clarín

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