Agricultura familiar fecha Expointer com maior volume de vendas no século

Pavilhão dos pequenos produtores rurais faturou quase R$ 9 milhões durante a 46ª edição exposição em Esteio (RS)

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Pavilhão da Agricultura Familiar é um dos espaços mais visitados na Expointer. Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi

Brasil de Fato – Os 372 empreendimentos da agricultura familiar na 46ª Expointer, em Esteio (RS), região Metropolitana de Porto Alegre, conseguiram uma façanha: venderam R$ 8.673.429,12, crescimento de 7% em relação a 2022, ao longo da grande feira, a maior a céu aberto da América Latina. Isto apesar da chuvarada que caiu no final do evento, encerrado neste domingo (3).

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É o maior resultado da história nos 25 anos de presença do segmento em Esteio. Nos nove dias de feira, 818 mil pessoas circularam pela Expointer, uma feira de agropecuária, artesanato, máquinas e produtos agrícolas.

Produtores de 174 municípios

O número de expositores também foi recorde. Foram 10% a mais na comparação com 2022. Agricultores e agricultoras muitas vezes atravessaram o estado para chegar à região Metropolitana, oriundos de 174 municípios.

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Foram distribuídos em 338 estandes e sete cozinhas, que ofereciam opções de alimentação tradicional das suas regiões de origem. Jovens agricultores estiveram à frente de 87 empreendimentos, enquanto as mulheres comandaram outros 148.

Vencedores do Prêmio da Agricultura Familiar também desfilaram com seus produtos / Crédito: Gustavo Mansur/Secom

Outra novidade da edição foi que, pela primeira vez, o “Desfile dos Campeões” contou com a participação dos primeiros lugares do 11º Concurso de Produtos da Agricultura Familiar, promovido pela SDR e Emater/RS-Ascar.

Nove categorias foram premiadas. Agroindústrias de queijo colonial, doce de leite, vinho e suco, salame e linguiça, mel, melado e cachaça receberam placas de premiação e participaram da cerimônia que é o ponto alto da festa.

Tudo mudou em 1999

Os pequenos agricultores e produtores de alimentos não tinham presença na Expointer até que, em 1999, seu primeiro espaço da exposição foi assegurado pelo governo Olívio Dutra (PT), que assumiu uma demorada negociação com a Federação da Agricultura/RS (Farsul) e demais promotores da feira para que fosse garantido um lugar para eles.

Naquele ano, 30 produtores ficaram instalados sob uma lona cravada em chão batido. Ano a ano, os produtores foram ganhando visibilidade, com o pavilhão se tornando um dos espaços mais procurados do evento.

MDA bancou o pavilhão

No Pavilhão da Agricultura Familiar, os 7 mil metros quadrados de área, além de toda a infraestrutura foram totalmente viabilizados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que investiu R$ 1,3 milhão no projeto.

Na organização, além do MDA, estiveram a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR/RS), Emater/RS-Ascar, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e Via Campesina.

Números gerais foram bons

Na avaliação geral da 46ª Expointer, os números também foram bons. Houve um aumento de 5,96% de público e de 11,76% no volume de negócios. Ocorreu um ligeiro recuo na venda de animais, automóveis e artesanato, compensado pelo avanço em outras frentes.

Como sempre acontece, a área de máquinas e implementos exibiu as cifras mais impactantes. Seu faturamento subiu de R$ 6,6 para R$ 7, 3 bilhões. É um segmento onde apenas uma máquina pode custar R$ 4 milhões.

“O significado da Expointer reside menos no comparativo de um ano para o outro e mais na sua efervescência”, comentou o secretário da Agricultura e Pecuária/RS, Giovani Feltes. Para ele a feira evidenciou “o vigor da agropecuária do Rio Grande do Sul e a consolidação cada vez maior desse setor”.

 


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