China divulga relatório sobre violações de direitos humanos nos EUA em 2022

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Publicação do documento ocorre em meio à escalada das tensões entre as duas maiores economias do mundo e consiste em uma resposta dura e contundente de Pequim às reiteradas acusações de Washington de que o país asiático viola os direitos humanos

O ano de 2022 testemunhou um revés histórico para os direitos humanos nos EUA. No país que se autodenomina “defensor dos direitos humanos”, “doenças crônicas” como política monetária, discriminação racial, violência armada e policial e polarização da riqueza são desenfreadas. A legislação e a justiça dos direitos humanos sofreram um retrocesso extremo, minando ainda mais os direitos e liberdades básicos do povo estadunidense.

Essas informações constam do “Relatório sobre violações de direitos humanos nos Estados Unidos em 2022”, documento do Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China divulgado nesta terça-feira (28).

A publicação desse texto ocorre em meio à escalada das tensões entre as China e Estados Unidos e consiste em uma resposta dura e contundente de Pequim às reiteradas acusações de Washington de que o país asiático viola os direitos humanos.

Violência armada

Xinhua – Cartaz denuncia a violência armada na Califórnia (EUA)

O texto aponta que o governo dos EUA relaxou bastante o controle de armas, o que  resultou em alto número de mortes por violência armada. Quase metade dos estados do país relaxaram as restrições de armas.

“Os Estados Unidos lideram o mundo em posse de armas, homicídios com armas de fogo e tiroteios em massa, com mais de 80 mil pessoas mortas ou feridas por violência armada em 2022, o terceiro ano consecutivo em que os Estados Unidos experimentam mais de 600 tiroteios em massa. A violência armada se tornou uma doença americana”, afirma o relatório chinês.

Democracia em risco

As eleições de meio de mandato se tornaram as mais caras dos Estados Unidos, e a democracia ao estilo estadunidense perdeu apoio popular. O custo das eleições de meio de mandato de 2022 ultrapassou mais de 16,7 bilhões de dólares americanos. As doações políticas de bilionários representaram 15% do total federal, contra 11% no ciclo eleitoral de 2020.

De acordo com o relatório, as doações de ‘dinheiro obscuro’ manipulam furtivamente as eleições dos EUA, e a polarização política e a fragmentação social dificultam que o país chegue a um consenso democrático.

Levantamentos apontam que 69% dos estadunidenses acreditam que a democracia está em ‘risco de colapso’ e 86% dos eleitores do país avaliam que dizendo que ela enfrenta “ameaças muito sérias”, há uma desilusão pública geral com a democracia ao estilo dos EUA.

Racismo em alta

PBS – Onda de protestos  ‘Black Lives Matter’ contra o racismo nos EUA

O racismo tem aumentado e as minorias étnicas sofrem discriminação generalizada. Os crimes de ódio baseados em preconceito racial nos Estados Unidos aumentaram drasticamente entre 2020 e 2022.

Um total de 81% dos asiático-americanos dizem que a violência contra as comunidades asiáticas têm crescido. Os afro-americanos têm 2,78 vezes mais chances de serem mortos pela polícia do que os brancos. Os sofrimentos causados pelo genocídio e assimilação cultural levados pelo governo dos Estados Unidos contra os indígenas e outros povos origináriosainda persistem até hoje.

Queda da expectativa de vida

Getty Images – Expectativa de vida dos EUA tem caído nos últimos anos

A expectativa de vida despencou e as mortes por abuso de drogas continuam a subir. De acordo com um relatório divulgado em agosto de 2022 pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, a expectativa média de vida nos Estados Unidos caiu 2,7 anos para 76,1 anos de 2019 a 2021, a menor desde 1996.

O número de estadunidenses que morrem de abuso de drogas e substâncias aumentou dramaticamente nos últimos anos, para mais de 100 mil por ano. O abuso de substâncias tornou-se uma das crises de saúde pública mais devastadoras do país.

Retrocesso nos direitos das crianças

VCG – Trabalho infantil em alta nos EUA

O ambiente de vida das crianças é preocupante nos EUA. Em 2022, mais de 5.800 crianças menores de 18 anos foram feridas ou mortas por tiros no país, e o número de tiroteios em escolas chegou a 302, o maior desde 1970.

A taxa de pobreza infantil nos Estados Unidos aumentou de 12,1% em dezembro de 2021 para 16,6% em maio de 2022, com mais 3,3 milhões de crianças vivendo na pobreza. Os Estados Unidos registraram um aumento de quase 70% nas violações do trabalho infantil desde 2018 e registraram um aumento de 26% no número de menores empregados em ocupações perigosas no ano fiscal de 2022.

Criação de desastres humanitários

CFP – Manifestação antiguerra em Washington (18/3/23)

O abuso de força dos EUA e as sanções unilaterais criaram desastres humanitários. Desde o início do século 21, o país realizou operações militares em 85 países em nome do “antiterrorismo”, que diretamente mataram pelo menos 929 mil civis e deslocaram 38 milhões de pessoas.

Os Estados Unidos impuseram mais sanções unilaterais do que qualquer outro país do mundo, e ainda têm sanções em vigor contra mais de 20 países, resultando na incapacidade dos visados de fornecer alimentos básicos e remédios para seu povo.

Imigrantes

Getty Images – Imigrantes em centro de detenção improvisado em El Paso, Texas.

A questão da imigração tornou-se uma ferramenta de luta partidária, e as farsas da imigração foram encenadas em grande escala, fazendo com que os imigrantes enfrentassem extrema xenofobia e tratamento cruel.

Houve um recorde de quase 2,4 milhões de prisões de migrantes na fronteira do país em 2022, e o número de mortos de imigrantes na fronteira sul chegou a 856, o mais mortal em um único ano.

Confira a íntegra do relatório em inglês.

Para China, Cúpula pela Democracia organizada pelos EUA cria divisão

A partir desta quarta-feira (29), será realizada a segunda edição da ‘Cúpula pela Democracia’ em formato virtual. O evento é liderado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e evolve 120 países, grupos da sociedade civil e empresas de tecnologia. O encontro termina na sexta-feira (31).

O governo chinês comentou o evento nesta terça-feira (28). “O mundo precisa de solidariedade e cooperação que possam realmente resolver os problemas enfrentados pela comunidade internacional, em vez da chamada Cúpula para a Democracia, que cria confrontos”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning.

Mao observou que o evento liderado pelos EUA tenta criar divisões no mundo ao traçar uma linha ideológica. Ela afirmou ainda que a cúpula viola o espírito da democracia e expõe os interesses de hegemonia dos EUA sob a forma de democracia.

“O que o mundo precisa hoje não é criar divisões em nome da democracia e promover o unilateralismo exclusivo, mas fortalecer a solidariedade e a cooperação com base nos propósitos e princípios da Carta da ONU e aderir ao multilateralismo genuíno.”
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning

Ministro Carlos Fávaro defende projeto brasileiro para transição sustentável

Mapa – Ministro Carlos Fávaro

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura do evento “Diálogo China-Brasil de Desenvolvimento Sustentável: governos locais, think tanks e empresas em ação” nesta segunda-feira (27), em Pequim.

Aos empresários e agentes governamentais chineses e brasileiros, o ministro destacou as potencialidades do desenvolvimento sustentável do agronegócio do Brasil que, a partir do próximo Plano Safra, terá um incentivo ainda maior para a recuperação de pastagens em áreas de plantio, o que possibilita dobrar a área de produção no país.

“O Brasil pode e deve intensificar sua produção de alimentos. O Brasil pode e deve intensificar suas relações comerciais com a China. E podemos fazer tudo isso de forma sustentável, aumentando a produção, tanto da agricultura, quanto da pecuária, sem desmatar uma árvore”, ressaltou Fávaro.

Organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em parceria com o Center for China Globalization (CCG) e com apoio da Chinese People’s Association for Friendship with Foreign Countries (CPAFFC), o encontro busca aproximar governos locais, think tanks e empresas de ambos os países para uma transição para uma economia de baixo carbono.

Primeiro dia de trabalho de Dilma Rousseff no Banco dos Brics

NDB – Dilma Rousseff lidera primeira reunião de trabalho no Banco dos Brics

Fonte: Revista Fórum – Por Escrito en GLOBAL el

 

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