Frio da normalidade

" Um maior interesse pelas alterações climáticas nos ajudaria, em muito, a percebermos como funcionam as forças da natureza."

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Felipe José dos Santos, advogado.

Chegou o frio tão esperado para afastar, um pouco, a bolha de calor que se formou no centro do país. Bolha essa que não deixava as correntes polares subirem para além de norte do Rio Grande do Sul.
É necessário que o frio avance e faça a sua parte na organização das estruturas biológicas. Os insetos precisam ser controlados de forma natural, pois já vimos que os poderes públicos não conseguem se organizar quando a demanda sai do controle natural.
Quando não faz frio suficiente para regular a natureza em um inverno, as outras estações podem sofrer com a incidência de um aumento significativo de mosquitos e outras pragas, inclusive com relação às culturas agrícolas.
Quem acompanha os gráficos do clima pode perceber, nitidamente, quando está chegando uma frente fria ou quando uma onda de calor está se formando. Também com as tecnologias de satélite da atualidade já podemos ver em tempo real a velocidade dos ventos, o aquecimento ou resfriamento das águas do mar e suas consequências referentes às chuvas nos continentes.
Um maior interesse pelas alterações climáticas nos ajudaria, em muito, a percebermos como funcionam as forças da natureza e porque é tão importante não desequilibrarmos o ecossistema e não darmos causa a eventos climáticos extremos.
Não podemos dizer que todos os eventos climáticos extremos que acontecem na natureza são responsabilidade humana, já que muitos fazem parte de uma mudança sazonal, e até mesmo histórica, mas há alguns acontecimentos que estão diretamente relacionados com as ações e omissões humanas. E é sobre esses acontecimento que devemos ficar atentos.
Existe um grande esforço internacional para construir uma nova mentalidade, que seja mais coerente e responsável com o meio ambiente. Todavia, essa mentalidade encontra grandes desafios para se criar, pois ela enfrenta a barreira do conservadorismo e das práticas antigas de relação do mundo com a natureza.
Somos humanos e, por isso, sujeitos a erros. No entanto, quando nossos erros estão colocando em risco nossa própria sobrevivência temos que pensar em estratégias para diminuir ou, até mesmo, extinguir o problema.
Entre os grandes temas que estão em debate na atualidade está a forma extrativista de nos relacionarmos com a natureza. Agimos como se os recursos naturais fossem infinitos. Isso até era possível quando não se tinha noção do tamanho da Terra, quando não se sabia sequer entender o mapa do mundo, quando existiam continentes desconhecidos e a ilusão de que as terras fossem infinitas. Hoje, a partir de toda a informação que possuímos, podemos saber que há limites para a exploração e também há limites para a transformação química do sistema biológico.
Uma das grandes dúvidas dos cientistas e pensadores sobre o destino da humanidade está entre as projeções, pessimistas, e a possibilidade que a humanidade tem para mudar de rota antes de colidir com a degradação do meio ambiente.
A transformação precisa ser bem mais rápida do que se imagina e parece que a ciência não está conseguindo enxergar isso na população mundial.

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