Integridade

“Respirar, de verdade, os ares da simplicidade e da tranquilidade de existir pode ser o começo da jornada para a felicidade”

0

Tem se falado muito na condição e qualidade de vida da humanidade. A queixa tem sido com relação ao apremio que vivenciamos no cotidiano, onde não temos mais tido tempo para estarmos inteiros.

Estamos sempre aos pedaços, fazendo uma coisa e pesando na outra, resolvendo um problema e recebendo a notícia de outros, organizando uma agenda e abrindo espaço para outro compromisso. As atividades são inúmeras e, junto com elas, o desejo de abstrair, de esquecer e de se retirar dessa grande confusão que se tornou a civilização.

Muitas ideias e muitas dúvidas passam na cabeça da maioria da população. A informação está trazendo mais incertezas e essas incertezas estão criando uma nova sensação. A sensação que a sociedade está experimentando é uma mistura de angústia, euforia e estranheza. As concepções parecem estar mudando e junto com essas concepções algumas certezas estão se diluindo.

A complexidade parece estar chegando, com força, para criar um novo tumulto no mundo e mexer com as coisas simples e, por isso as pessoas estão se sentindo cada vez mais fragmentadas e desintegradas.

Essa sensação de fracionamento que a maioria das pessoas está sentindo é uma demonstração de que estamos vivendo um período de falta de integridade, em que não estamos mais conseguindo ser inteiros.

Ser inteiro é conseguir estar à vontade, usufruir de um momento com autenticidade, estar de bem com o momento e com a própria
existência durante um período. Isso tem se tornado muito difícil para
uma grande quantidade de pessoas que está dividida entre diversas tarefas e exigências da vida atual.

Tentar resgatar a integridade da própria existência é uma forma de
ajudar a melhorar o contexto em que estamos inseridos, pois uma pessoa que consegue pacificar seu próprio íntimo acaba por ser uma referência tranquilizadora.

Apaziguar o espírito, reduzir a rotação dos pensamentos e se con-
centrar em existir com integridade não são desejos novos ou atuais,
o próprio Sócrates quando falava “conhece a ti mesmo” já demons-
trava que a busca desse conhecimento é uma busca pela integrida-
de do ser.

Se usarmos uma pequena parcela do tempo que usamos para as
coisas do dia a dia preocupados com nossa integridade, deixare-
mos, por alguns instantes, de sermos indivíduos fragmentados e
passaremos a ter o privilégio de viver momentos de plenitude.

Esses momentos de plenitude, de completude e integridade são
aqueles momentos que justificam a existência. Respirar, de verdade, os ares da simplicidade e da tranquilidade de existir pode ser o começo da jornada para a felicidade.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui