Irmandade Radical

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Já não bastasse o conflito na Ucrânia entre OTAN e Rússia, agora vemos um novo front de batalha geopolítico entre o oriente e o ocidente. Assim como milhares de civis estão sendo afetados por aquela guerra insana, de ambos os lados, temos na Faixa de Gaza mais um atentado contra a humanidade, tal como foi o holocausto.

Agora civis da Palestina e de Israel sofrem com uma nova intifada por parte do Hamas conta os judeus, e uma nova opressão aos palestinos, vinda do governo de Israel. Alguém em sã consciência acredita que todos os palestinos são “terroristas”?

Alguém com mínima capacidade intelectual acredita que o povo de Israel é tão mau e violento quanto seu governo? A história daqueles povos é permeada de violência, vingança e maldade. Não de seus civis que são vítimas dessas atrocidades, mas de seus governantes e do poder econômico que é sustentado por esses litígios.

Houve um tempo de paz na Faixa de Gaza e um período de respeito entre os povos judeu e palestino. Durante esse tempo avançou a possibilidade de ficar definida a fronteira e de ser reconhecido o Estado Palestino, para que os litígios passassem a ser dirimidos através da diplomacia e não pela força e o exército. Isso acabou! Não por um desejo dos povos, mas por uma necessidade do poder.

O Hamas é uma milícia extremista que se arroga com o direito de falar pelos palestinos, enquanto o governo de Israel é fundamentalista e radical de extrema direita. Essas duas estruturas se sustentam e se alimentam, pois são constituídas na base do radicalismo e nos princípios do ódio e da diferença. São irmãos da guerra e filhos do diabo, que se alimentam do ódio para destruir a “Terra Santa”.

Os extremistas se fortalecem. A guerra somente acontece quando os dois extremos, confiantes em possuírem a verdade, se enfrentam com a convicção de que são superiores ou melhores que os outros. O Hamas alimenta o ódio dos judeus e o governo judeu alimenta o ódio na Faixa de Gaza, criando um espiral de reprodução de energia destrutiva e desumana.

O povo que sofre é o mesmo, é o povo humano. Muitas pessoas que vivem naquela região têm parentes em ambos os lados, são cidadãos civis que somente querem sobreviver em paz, não querem essa guerra e nem concordam tanto com os ataques que o Hamas fez contra Israel e muito menos com os ataques, covardes, que o exército israelense, junto com as forças armadas norteamericanas, estão fazendo na Faixa de Gaza.

A primeira coisa que deve ser distinguida nessa história é a de que não há uma luta de palestinos contra israelenses, mas do Hamas e do governo de Israel, os que detêm o poder bélico, contra os povos judeu e palestino. Quando a paz estava sendo construída o Hamas e o governo de Israel estavam perdendo “força política”, e, inclusive, o governo de Israel estava com sérios problemas para manter a aprovação interna. Agora, com a guerra, o espírito patriótico dos dois lados está alimentando o ódio, a guerra e sustentando o poder tanto dos líderes do Hamas, quanto dos líderes do governo israelense.

Sempre que o poder ganha credibilidade o povo perde vidas.

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