BRICS+ representa ‘não’ do Sul Global à hegemonia das potências ocidentais, diz especialista

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Imagem: Sputnik / Grigory Sysoev

Sputnik Brasil – Além de deter 42% das reservas de petróleo, os 11 países que vão compor o BRICS+ possuem domínio invejável sobre a energia nuclear (68% da produção de urânio enriquecido) e os recursos renováveis: só os chineses concentram 55% dos investimentos em energia limpa e 70% dos painéis solares, além de o Brasil ter a matriz mais diversificada do mundo.

Nova potência energética que pode impulsionar reformas globais, o BRICS+ passa a contar a partir do ano que vem com 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Argentina e Irã — a maioria faz parte do chamado Sul Global. Em entrevista à Sputnik Brasil, o mestre em história e pesquisador do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social Marco Fernandes disse que a mudança representa muito mais do que uma expansão do grupo.

“Há uma movimentação acontecendo no mundo inteiro, e fica claro que muitos países estão cada vez mais seguros e certos de que as coisas não podem continuar como estão. Isso quer dizer que as potências ocidentais não podem continuar controlando fluxos de energia, mercado e finanças do mundo inteiro”, resume o pesquisador.

O especialista remete ao século XX, quando um dos grandes elaboradores da política externa americana, o ex-assessor de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski, publicou o livro O grande tabuleiro de xadrez, em 1997.

“Lá pelas tantas, ele diz o seguinte: o cenário mais perigoso para os Estados Unidos seria uma grande coalizão entre China, Rússia e talvez o Irã, que era improvável naquele momento”, acrescenta Fernandes que, além da nova parceria no BRICS, lembra que o Irã, a Rússia e a China também estão juntos na Organização de Cooperação de Xangai, entidade criada em 2001 para aprofundar laços políticos, econômicos e militares na Eurásia.

 

 

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