GT Guarita pela Vida participa da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília

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A capital federal recebeu, na segunda-feira, 11, mulheres indígenas de todo o Brasil e de países convidados para a 3ª Marcha das Mulheres Indígenas. De acordo com a organização do encontro, representantes dos 26 estados brasileiros, além de mulheres indígenas do Peru, dos Estados Unidos, da Malásia, da Rússia e da Nova Zelândia participaram do evento.

Com o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade através das raízes ancestrais”, elas debateram sobre garimpo ilegal, violência de gênero e acessibilidade indígena à saúde mental.

A mobilização encerrou na quarta-feira, 13, quando o grupo fez uma marcha até o Congresso Nacional. O encontro foi promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e aconteceu no Eixo Cultural Ibero-Americano, na região central da capital federal.

Uma comitiva de 34 indígenas da Terra Indígena Guarita foi a Brasília participar do evento e também visitar o Senado Federal, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) para reivindicar qualidade de vida, saúde, saneamento básico e ativação do ambulatório de saúde indígena no Hospital Santo Antônio.

Comitiva do GT Guarita pela Vida da Terra Indígena Guarita

De acordo com Regina Emílio, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) Guarita pela Vida, “foi a primeira vez que um kaingang apresentou suas reinvindicações na tribuna da Câmara dos Deputados. Fui a escolhida para representar os povos originários do Sul do país, perante mais de 6 mil mulheres de etnias diversas do Brasil do exterior.”

Regina Emílio, do GT Guarita pela Vida, falou na tribuna do Congresso Nacional em nome das Terras Indígenas da Região Sul

No Congresso Nacional, Regina falou em nome das Terras Indígenas da Região Sul e pediu o fim da violência contra as mulheres. “Represento hoje o GT Guarita pela Vida, que luta pelas mulheres vítimas de violência sexual em território indígena. Já estamos no segundo ano de luta, junto com nossas lideranças, para visibilidade e políticas públicas que se adequem às necessidades das mulheres vítimas de violência. Chega! Nossos corpos têm dono! Nossos corpos são nosso território! Nós mulheres indígenas temos a força ancestral, nós temos a coragem de muitas outras que não resistiram, nós temos a coragem de muitas outras que virão, pelas que estão remanescendo, pelas nossas lutas, pelo nosso sangue. Não deixaremos nossos territórios sem lutar. Nós mulheres provemos de muitas dores, de muito choro, sempre ao lado de nossos homens para buscar visibilidade. Nesse exato momento temos mulheres sendo violentadas, indígenas, dentro e fora dos territórios. Não temos valor numérico e não queremos ser estatística, queremos respeito por nossos corpos, por nossas meninas. Respeito pelos nossos que já foram e pelos nossos ancestrais. Nenhuma de nós sairá de nossos territórios. Queremos demarcação já!”, declarou enfaticamente Regina, que foi muito aplaudida e aclamada pelas mulheres presentes no evento.

Ministra dos Povos Indígenas (ao centro) com Regina Emílio
Regina Emílio, do GT Guarita pela Vida, falou na tribuna do Congresso Nacional em nome das Terras Indígenas da Região Sul

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