Outra perspectiva

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Felipe José dos Santos, advogado.

Quando era mais novo já escrevi sobre o mesmo tema, com a perspectiva de um jovem. Lembro que escrevi sobre o respeito aos mais velhos como uma forma de respeitar o tempo, a cultura e a experiência que eles adquiriam ao longo de suas vidas, pois, afinal, os mais velhos são aqueles que estão na ponta da flecha do tempo e da existência e, por isso, possuem, ou são os que podem possuir, o acumulado de informações e de conhecimentos gestado na história.

Essa visão eu tinha quando olhava para aquelas pessoas que já tinham passado um bom tempo de existência na terra e via eles como um farol de conhecimento, sabedoria e informação. Sempre gostei de saber como chegaram até aquela idade e quais eram as expectativas que tinham quando eram mais novos e quantas dessas projeções e sonhos foram realizados no final.

Agora já não sou mais o jovem daquela época e vejo a situação por outra perspectiva. Vejo o mais velho como fruto de uma sociedade e o valor dele depende do valor que cada um dá para essa experiência e para essa sabedoria adquirida. Em tempos de urgência e emergência e de informações relâmpagos, a experiência de vida parece ter perdido um pouco o sentido e os mais novos acabam por acreditar que, diante da rapidez de informações que absorvem, absorvem, também, experiência de vida. E é aí que pode estar um grande engano.

Não podemos misturar as coisas. Informações disponíveis em grande escala não geram maturidade e nem calejam o espírito para enfrentar o tempo. Do lugar onde estou hoje vejo que a idade avançada é uma dádiva, uma vantagem sem precedentes que, se não dado o devido valor cultural, pode se perder e escorregar indo para o ralo história.

A importância em valorizar os mais velhos não está no fato de idolatrar os idosos, mas na educação da sociedade, principalmente dos mais novos em entender que o exemplo que eles dão hoje para a geração futura é o modo como eles serão tratados quando atingirem a mesma condição. Então, o que a sociedade não percebe é que se trata de um moto-contínuo e aqueles jovens que aprendem e praticam a valorização da experiência e da sabedoria terão o reconhecimento de sua experiência e de sua sabedoria quando alcançarem esse condição, enquanto aqueles que negligenciarem seus anciãos, certamente, por terem dado esse exemplo, serão negligenciados quando atingirem esse estado.

Como disse Einsten: “Temos o destino que merecemos, o nosso destino está de acordo com nossos méritos”.
Isso pode acontecer com as gerações de jovens atuais, elas podem ter ou não ter mérito e merecer ou não merecer seus destinos.

Felipe José dos Santos, advogado.

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