Ocorreu um encontro, na segunda-feira, 16, na Terra Indígena Guarita, na sede da Associação Indígena de Produtos Sustentáveis (AIPOS), que fica na propriedade da indígena Dona Brasília, com o tema Fome Zero, para discutir parcerias produtivas de alimentos sustentáveis.
Conforme o militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Tiago Sottilli, o encontro foi histórico, pois contou com mais de 100 pessoas, entre lideranças indígenas, professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), representantes do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ONG Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua e apoiadores de instituições preocupadas com a produção alimentícia.
“Ficou decidido que será feita a parceria da comunidade indígena com o MST, com o objetivo de acessar programas internacionais para a compra dos produtos produzidos na Terra Indígena Guarita”, afirma Sottilli. Está sendo estudado com o MST a produção de alimentos diversos para serem comercializados no mercado europeu e a possibilidade de a comunidade indígena participar de programas federais e estaduais via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As lideranças indígenas se responsabilizaram em cadastrar as famílias que possuem bloco de produtor e associações existentes na TI Guarita para iniciar o processo de produção.
De acordo com Dona Brasília, a reunião também focou nos trabalhos que a AIPOS já vem desenvolvendo nos últimos anos com a produção de feijão, que passou por um desgaste climático em 2020, devido a um temporal.
“A idéia foi a de alavancar o empreendimento de beneficiamento do feijão. O feijão, anteriormente, estava sendo depositado em um galpão, que foi danificado. Agora,
está sendo acertado com a Prefeitura Municipal um auxílio para a construção de um novo galpão e com instituições parceiras do projeto para comprar equipamentos para a AIPOS”, diz a indígena.
Dona Brasília também afi rma que “é necessitado de que as entidades dentro da comunidade sejam cem por cento de índios e em forma de associações, onde cinquenta por cento mais um é quem decide e que toda de
cisão seja de forma coletiva”. Dentre os encaminhamentos foi formalizado um pedido de 500 cestas básicas para a comunidade indígena, ainda para este ano, por meio do Programa Cozinha Popular.
Folha Popular