Diante do cenário de aumento do número de casos de dengue no Rio Grande do Sul, a força-tarefa da Secretaria Estadual da Saúde (SES) chegou ontem, quinta-feira, 22, em Tenente Portela, município mais afetado até o momento.
Conforme boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento de Tenente Portela na quinta-feira, o município já registra 20 casos confirmados da doença. Integram a força-tarefa profissionais de saúde e gestores do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e dos Departamentos de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS) e Gestão da Atenção Especializada (DGAE).
Em reunião no Centro Cultural (CULT) com o prefeito em exercício, Leônidas Balestrin, gestores de saúde, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento e lideranças da Terra Indígena Guarita, as equipes buscaram fazer um diagnóstico situacional e análise das estratégias em conjunto.
De acordo com a prefeitura, o município já dispõe de um plano de contingência de combate à dengue, que está servindo de base para a elaboração do plano de ação construído em parceria com o Estado. O diretor adjunto do CEVS, Marcelo Vallandro, explicou que a força-tarefa está atuando em dois eixos principais, Assistência em Saúde e Vigilância em Saúde, para os quais foram criados grupos de trabalho especficos “ populao precisa participar junto com o poder público para a eliminação dos criadouros, para evitar que o vetor nasça e se desenvolva. Também temos as ações de educação em saúde e estruturação da rede para acolher os casos e essa movimentação precisa ser feita junto com a sociedade”, argumentou Vallandro ao lembrar que a dengue é uma doença complexa e que requer união de esforços.
Diretora-adjunta do Departamento de Atenção e Políticas de Saúde (DAPPS), Marilise Fraga, ressaltou o papel da SES em dar suporte e potencializar as ações em Tenente Portela. “ É importante que a gente possa organizar os fluxos de atendimento às pessoas que estão com suspeita de dengue e aos casos confirmados para que a gente evite o agravamento e os óbitos. Estruturar junto ao município as redes de assistência, verificar as necessidades e buscar auxílio a nível estadual ou federal também fazem parte desse diagnóstico”, frisou.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde reforçou o quanto a conscientização da população é um fator decisivo no combate à dengue. Agentes de endemias e profissionais de saúde estão buscando frear a disseminação em diferentes frentes “ recomendação é: se hidratem bastante e não demorem para procurar atendimento nas unidades de saúde. As equipes da Atenção Básica estão capacitadas e atualizadas para trabalhar com protocolo da dengue”.
Para tentar reverter a situação no município, a força-tarefa apoiou o município na elaboração de um plano de ação específico que deverá também ser enviado ao Ministério da Saúde para solicitação de apoio e de recursos.
Diretrizes – Entre as diretrizes, foram sugeridas no âmbito da Vigilância: 1 – convocação na mídia para a comunidade se engajar num grande mutirão de eliminação de criadouros como caixas d’água e pequenos depósitos; 2 – avaliar a possibilidade de notificao pública coletiva para eliminação das caixas d’água não utilizadas para consumo humano; 3 – utilização de larvicida; 4 – ampliação das equipes; e 5 – reforço na capacitação das equipes na aplicação das técnicas de controle vetorial.
No âmbito da Assistência em Saúde: 1 – aumento da capacidade de atendimento na atenção primária; 2 – organização com alinhamento de fluos na rede de saúde, de acordo com a classificação de risco; 3 – orientação do fluo de atendimento para população indígena; 4 – orientação para formação profissional acesso e disponibilização de exames laboratoriais e resultados em tempo oportuno; e 6 – avaliar a criação de espaço para hidratação e observação de pacientes conforme o sintoma.
Jornal Folha Popular – Com informações da SES.