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‘A vida não tem hora extra’: CUT/RS lança campanha pelo fim da jornada 6×1

Com apelo emocional, lema da campanha busca sensibilizar o trabalhador para as condições de sua própria vida

12/03/2025 10h10
Por: Júlio Santos
Fonte: Sul21
Uma das peças da campanha da CUT/RS contra a jornada 6x1. Imagem: Divulgação/CUT-RS
Uma das peças da campanha da CUT/RS contra a jornada 6x1. Imagem: Divulgação/CUT-RS

A vida não tem hora extra. Esse é o lema da campanha da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS) que será lançada nos próximos dias em apoio à redução da jornada de trabalho. O tema tem ganhado força nos últimos meses com o debate da jornada 6×1, ou seja, seis dias de trabalho para um de folga.

Para a CUT, a redução da jornada de trabalho deve vir acompanhada de melhores salários, o que então possibilitará mais qualidade de vida para o trabalhador brasileiro. A campanha da entidade visa engajar as mais diversas categorias de profissionais. “A jornada de trabalho é um grande desafio, é nela que o sistema explora”, afirmou Amarildo Cenci, presidente da CUT/RS, destacando que a economia cresce, o capital acumula mais riqueza, mas o rendimento dos trabalhadores não é valorizado.

Ao lançar a campanha, Cenci explicou que o objetivo é conquistar os corações e mentes dos trabalhadores, de modo que eles possam se envolver e se engajar no tema. “Precisamos melhorar o nível de consciência do trabalhador e da trabalhadora”, analisou.

O dirigente ponderou que o debate da redução da jornada 6×1 deve ser acompanhado sobre o modo como uma nova jornada seria cumprida, considerando haver muita diferença em desfrutar o convívio familiar ou de lazer em dias de semana ou fins de semana.

Criador da campanha, o publicitário Fernando Waschburger acredita que a consciência de classe dos trabalhadores nem sempre está alinhada com o tema da redução da jornada e que é muito comum o empregado ter uma relação de gratidão com o empregador, assim como a ideia de que ele precisa trabalhar cada vez mais para crescer na carreira.

O publicitário elenca outros fatores que podem dificultar o engajamento dos trabalhadores no tema da redução da jornada 6×1: a ideia de que tal demanda é “coisa de vagabundo ou preguiçoso”; que só “não vence na vida quem não se esforça”; que cada um é responsável pelo seu sucesso ou fracasso; além do discurso que ressalta a riqueza material, entre outros fatores.

“A vida não volta. O trabalhador tem que ter consciência de que a vida é uma só e não volta”, enfatiza Waschburger. Por isso, ele explica que a campanha vai destacar o quanto o trabalhador deixa de conviver com a família e amigos por causa de jornadas exaustivas no emprego, não desfruta do crescimento do filho ou filha, não fica com os pais de mais idade, não se diverte com amigos e amigas.

O criador da campanha ainda ressalta que o fim da jornada 6×1 não resolve todos os problemas do trabalhador brasileiro porque no centro da questão está também o baixo salário que compromete a qualidade de vida. “A vida não tem hora extra”, sustenta.

Presidente do Sindisaúde, Julio Jesien avaliou a campanha como uma grande oportunidade para trazer qualidade à vida do trabalhador brasileiro. “Na área da saúde temos uma preocupação muito grande, principalmente com a falta de pessoal e a sobrecarga de trabalho. Lembro que, na saúde, a gente não trabalha com parafuso, a gente trabalha com vidas. Então, quanto mais exausto o trabalhador, como fica o resultado para quem busca a saúde no hospital? Temos uma campanha muito potente neste momento, é fundamental o engajamento de todas as entidades, não só sindicais, mas o movimento social como um todo, porque a redução da jornada é qualidade de vida”, afirmou.

Jesien fez coro a defesa de que a redução da jornada de trabalho deve ocorrer sem a redução do salário. “Não adianta, com os salários miseráveis que temos hoje, serem reajustados para baixo caso a gente consiga ter êxito nessa proposta. É muito importante o momento, muito importante a ação da CUT com relação a proposta e, se tivermos aderência de sindicatos e o movimento social como todo, vamos ganhar muito enquanto classe trabalhadora.”

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