Sem prazo para concluir limpeza na zona norte, DMLU diz que novo contrato agiliza remoção de entulhos

Empresa começou a realizar nesta segunda o transporte de resíduos para aterro em Gravataí

0
O recolhimento de resíduos sólidos provenientes da enchente que estão alocados nos terrenos de bota-espera foi iniciado pela empresa MCT Transportes nesta segunda-feira, 24 | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Sul 21 – Quem passa pelos bairros Humaitá, Navegantes, Sarandi e Arquipélago — composto pelas ilhas de Porto Alegre –, na zona norte da Capital, ainda pode encontrar pilhas de entulhos e outros resíduos das enchentes que atingiram a cidade de maio ao início de junho. Responsável por fazer a gestão do processo de limpeza, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) acredita que a entrada em vigor, nesta segunda-feira (24), da contratação de uma empresa responsável por fazer o transporte desse material para um aterro sanitário em Gravataí deve agilizar a limpeza da cidade, mas não há prazo para conclusão deste trabalho.

Durante a manhã desta terça-feira (25), a reportagem do Sul21 esteve na zona norte e acompanhou o segundo dia de trabalho da empresa MCT Transportes, que foi contratada para levar para o aterro de Gravataí os entulhos que estão acumulados em três terrenos, espaços chamados de bota-espera, na Av. Voluntários da Pátria, 3522, na Av. Voluntários da Pátria esquina com a rua Seis e na Av. Loureiro da Silva, nas proximidades da Receita Federal. No primeiro desses terrenos, visitado pela reportagem, era possível ver máquinas carregando e descarregando caminhões com os entulhos.

Na vizinhança, era possível ver ainda alguns locais com entulho acumulado e mesmo pontos de alagamentos. Proprietário da loja Emafer Ferramentas, Rubeson Nunes explica que há muitos comércios da região que ainda não concluíram o trabalho de limpeza e, portanto, ainda possuem resíduos contaminados pelas enchentes — chamados de inertes — que precisam ser colocados na rua. Ele, no entanto, precisava reabrir o seu comércio, que ficou fechado entre os dias 2 e 25 de maio. “Lá nos fundos [da loja], tá tudo sujo. Limpamos só a frente para atender o cliente. O meu drama é esse: eu tinha que ver a rua limpa. Em algum lugar, eles têm que colocar esse lixo”, diz.

Bota-espera na Av. Voluntários da Pátria, 3522. Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Em conversa com o Sul21, o Diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker diz que, no momento, tem adotado a cautela em divulgar dois indicadores referentes ao processo de limpeza da cidade após as enchentes: o volume máximo de resíduos que serão recolhidos das ruas e a data final do trabalho.

“Por quê? A zona norte foi a área que as águas baixaram por último. Os bairros passaram praticamente 45 dias completamente alagados. Baixando a água, nós entramos e nos deparamos, inclusive, com casas que caíram, casas que foram arrastadas pelas correntezas das águas. Então, é um volume muito grande de resíduos ali do bairro Sarandi e também do Arquipélago, ali na Ilhas. Com a força das águas, temos ali casas com dois metros de altura de areia, então nós estamos trabalhando ali, o DMLU junto com a Marinha do Brasil, para fazer o recolhimento desses resíduos”, diz.

Além disso, Hundertmarker destaca justamente o problema de muitos resíduos continuarem sendo descartados. “Na zona norte, [ainda tem] muito entulho, muita madeira das casas, muito material de construção e, claro, respeitando o tempo das pessoas. Muitas pessoas voltaram de casas de familiares, voltaram de viagens e voltaram também dos abrigos, onde a Prefeitura acompanhou e fez o acolhimento durante esses mais de 40 dias”, diz.

Área ainda permanece com ponto de alagamento na região da Voluntários da Pátria | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Por outro lado, ele afirma que a entrada em vigor do contrato com a MCT Transportes, com a retirada do atual contingente de resíduos que estão nos três bota-espera que ela está operando, irá permitir agilizar o trabalho de limpeza.

“Isso vai contribuir, porque, fazendo essa limpeza, nós já estamos desafogando também essas áreas. Então, essa é a nossa prioridade neste momento. É de trabalhar lá na zona norte, com mais rapidez, com mais agilidade. Inclusive, neste final de semana, sábado e domingo, nós trabalhamos ali no bairro Sarandi e também no Humaitá na limpeza dessas áreas”, diz.

A MCT Transportes tem até 45 dias para a conclusão das limpezas dos três bota-espera, mas a expectativa do DMLU é de que ela conclua o serviço antes. O trabalho, contudo, deveria ter sido iniciado anteriormente, uma vez que a primeira empresa anunciada como vencedora do edital para atender esses três lotes acabou desistindo de prestar o serviço.

Hundertmarker explica ainda que a cidade chegou a ter nove bota-espera, mas que eles foram gradativamente sendo fechados à medida que a limpeza da cidade foi avançando. “Nós tivemos um bota-espera na frente do Gasômetro que serviu muito para receber os resíduos da zona central de Porto Alegre, Centro Histórico e Cidade Baixa. Ali, já não tem mais finalidade, nós já limpamos e já entregamos aquela área. Esse final de semana, nós fizemos alguma raspagem ali e também varremos o que tinha sobrado de pouco, então ali é uma área que nós já entregamos. Foi o primeiro bota-espera a ser entregue”, diz.

Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Foto: Isabelle Rieger/Sul21

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui