De Olho na IdeiaPor: Felipe J. dos Santos
Se fôssemos pensar dentro da capacidade de compreensão e cognição humanas, percebendo que cada indivíduo é único e possui sua própria capacidade de desenvolvimento, não conseguiríamos classificar a enorme diversidade de níveis de comunicação e expressão da humanidade.
Diante disso, poderíamos fazer uma conjectura sobre alguns estágios de desenvolvimento intelectual, elegendo três estágios.
Estariam no primeiro estágio aquelas pessoas que conseguem pensar de forma fragmentada e não conseguem desenvolver coerência em seus discursos, nem entendem como funciona a lógica, agindo de forma intuitiva e com pensamentos mais simplistas. Essas pessoas, por falta de senso crítico, seriam bastante vulneráveis a influências externas e teriam dificuldade para questionar ou contrariar narrativas ou ideologias.
O segundo estágio pertenceria àquelas pessoas que conseguem fazer um raciocínio lógico e possuem capacidade de narrativa, mas usam essas capacidades para “racionalizar” seus próprios interesses. Racionalizar os próprios interesses é usar o conhecimento que possuem para “puxar a brasa para o seu assado”, justificando suas próprias vontades, usando a regra dos “dois pesos e duas medidas”, fugindo da ética da coletividade e da coerência.
Já o terceiro estágio poderia ser definido como aquele em que os indivíduos adquiriram capacidades cognitivas para buscar a razão como princípio básico de suas narrativas e, com isso, elaboram narrativas justas e éticas, que superam os desejos individuais e buscam uma solução mais ampla, encontrando pontos em comum entre os interesses de todos. Esses terceiros pensadores seriam aqueles que entraram em outro nível de consciência — o nível da consciência de um “pensamento complexo”.
Essa diferenciação em três estágios é bastante precária, pois podem existir inúmeras fases de capacidade cognitiva, mas, para ilustrar de forma superficial algumas condutas e modos de agir da sociedade atual, pode servir.
Pessoas sem condições de entender um raciocínio lógico e sem capacidade de articular um argumento minimamente coerente já partem de uma posição inferior às inteligências artificiais, enquanto os “racionalizadores”, que conseguem entender como fazer um discurso em defesa de suas próprias vontades, irão usar as ferramentas de inteligência artificial para aumentar suas capacidades de convencimento em busca de vantagens pessoais contra o restante da humanidade.
Já aqueles que conseguirem elevar o pensamento para um “pensamento complexo” — possivelmente uma minoria — possuirão senso crítico e capacidades para transcender, indo além da lógica simples e criando possibilidades de, junto com as ferramentas da inteligência artificial, criar um novo modelo de percepção, uma nova visão para a coletividade.
Sensação
Vento
Umidade