Visão de FéPor: Cônego Alexander Mello Jaeger
Durante cerca de mil anos, no primeiro milênio da Igreja Católica, era costume batizar, crismar e comungar apenas pessoas adultas. Isso ocorria em uma única celebração anual, na qual eram conferidos os três sacramentos juntos: a celebração da Vigília Pascal, na Noite de Páscoa. Antes ou depois da administração dos sacramentos, havia um tempo de formação chamado Catequese Mistagógica, que significa fazer eco aos Mistérios de Deus. Normalmente, isso acontecia durante três anos.
Com o passar dos séculos, a Igreja passou a administrar os sacramentos do Batismo e Crisma para bebês de até três anos, mantendo a Eucaristia para o início da adolescência. Essa antecipação se dava porque havia a certeza de que a criança seria educada em uma família e ambiente cristãos.
Hoje, já não se tem mais a certeza da formação das crianças em uma família ou comunidade católicas. Atualmente, a Igreja oferece um tempo considerável para a formação catequética. Em nossa Diocese de Frederico Westphalen, esse período é de quatro anos e meio. A Igreja não exige que a família tenha vivência católica, mas se reserva o direito de ter a certeza de que os padrinhos a tenham. A Crisma é ministrada para quem já tem capacidade de discernimento, por volta dos 13 a 14 anos. Para a Igreja, a maturidade começa a partir dessa fase. Os dados mais recentes mostram um crescimento na entrada ou retorno de fiéis à Igreja Católica, o que demonstra a necessidade de uma vida cristã mais adulta.
Neste final de semana, quase uma centena de adolescentes receberam o sacramento da Crisma das mãos do Bispo Diocesano em nossa Igreja Matriz. A fé nos diz que o Espírito Santo habita dentro de nós e nos oferece seus dons. O Sacramento realiza esses dons na medida em que nos dispomos, humanamente, a vivê-los.
Na sua segunda catequese, o Papa Leão XIV refletiu sobre a parábola dos trabalhadores contratados em diversas horas do dia, e que recebem o mesmo salário. Assim, o Papa afirmou: “A metáfora da praça do mercado é muito adequada até aos nossos tempos, pois o mercado é o lugar dos negócios, onde, infelizmente, as pessoas compram e vendem até o afeto e a dignidade, procurando obter algum lucro. E, quando não se sentem valorizadas ou reconhecidas, chegam a correr o risco de se vender ao primeiro licitante. Ao contrário, o Senhor recorda-nos que a nossa vida tem valor, e o seu desejo é ajudar-nos a descobri-lo... Gostaria de dizer, especialmente aos jovens, que não esperem, mas que respondam com entusiasmo ao Senhor, que nos chama a trabalhar na sua vinha. Não demoreis, arregaçai as mangas, pois o Senhor é generoso e não ficareis desiludidos! Trabalhando na sua vinha, encontrareis a resposta àquela pergunta profunda que trazeis dentro de vós: qual é o sentido da minha vida? Caros irmãos e irmãs, não desanimemos! Até nos momentos obscuros da vida, quando o tempo passa sem nos dar as respostas que procuramos, peçamos ao Senhor que volte a sair e nos alcance onde estamos à sua espera. O Senhor é generoso e virá em breve!”
Essa palavra do Papa serve para os jovens que receberam a Crisma em nossa Paróquia.
Sensação
Vento
Umidade