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O Ressentimento dos Subalternos

Coluna

De Olho na Ideia

De Olho na IdeiaPor: Felipe J. dos Santos

06/12/2024 10h00
Por: Júlio Santos

Nada é pior do que uma pessoa ressentida, uma pessoa amargurada que está carregada de sentimentos negativos como a raiva, a inveja ou a frustração. O ressentimento é ruim tanto para quem presencia quanto para quem sente e reproduz essa sensação.
As pessoas decepcionadas com suas próprias existências e que vivem de forma não autêntica, não se reconhecendo como indivíduos singulares e em transformação positiva, acabam por se sentirem injustiçadas pela vida e passam a se comparar socialmente, sempre na tentativa de se equiparar ou dar um passo além, no universo da vaidade e da concorrência por privilégios e diferenciação. 
A criação de um “Universo Vip” imaginário é a primeira parada na escala de inveja, amargura e raiva, onde a inveja, em ter o que o outro tem, se transforma em amargura e raiva por não poder alcançar aquele ideal que, muitas vezes, é somente uma ilusão.
Quando o ressentimento é reproduzido em ampla escala e atinge uma grande coletividade, passamos a conviver com uma “cultura de ressentimento” e essa sensação ou sentimento começa a ser normalizada, as pessoas começam a se identificar por uma característica negativa e o ódio que antes era individual começa a ganhar força social.
É assim, através da reprodução de meios que geram o ressentimento coletivo que em muitos momentos da história se criou condições para a implementação de regimes totalitários e odiosos.
É bastante difícil percebermos quando estamos entrando em um período histórico complicado. Poucos perceberam quando Roma começou a cair; também poucos estavam percebendo quando a inquisição começou a fazer suas vítimas; e quase ninguém está percebendo, hoje, que estamos vivendo um momento em que o ressentimento é uma sensação quase unânime na sociedade contemporânea.
Nietzsche, em seu livro “Genealogia da Moral”, dizia que os fracos ressentidos criaram a moral dos bonzinhos e vítimas, assim como o exemplo onde um filhote de ovelha é comido por uma águia. Para ele, as ovelhas consideravam a águia ruim e a águia considerava o filhote de ovelha como algo bom. Até mesmo as ovelhas diziam que, por serem fracas, eram boas e a águia, por ser forte, era má. Por essa lógica a maldade sempre terá direito de massacrar a bondade.
Os ressentidos, segundo Nietzsche, são aqueles que sempre apanham, ficam quietos, tentando aproveitar uma oportunidade de vingança que nunca vem e, então, eles assumem a posição de que suportam o mal do mundo, acovardam-se e passam a associar a bondade com a fraqueza.
Em seu livro “O Pobre de Direita”, Jessé de Souza faz outra abordagem e afirma que uma parte da sociedade estimula o ressentimento para manipular esses ressentidos, em uma grande campanha de ódio e divisão social, para iludir a maioria, desviando a atenção das questões prioritárias, importantes e significativas para questões superficiais e quase insignificantes, instrumentos para mobilizar as emoções do rancor, do ressentimento e da má-fé.

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