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Coluna

A atualização da Fé

Coluna

Visão de Fé

Visão de FéPor: Cônego Alexander Mello Jaeger

25/02/2025 09h46
Por: Júlio Santos
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Estou escrevendo esse artigo da cidade de Viamão, na grande Porto Alegre. Administro um curso no Seminário maior da diocese de Frederico Westphalen que lá se localiza. Durante esta semana estou aprofundando alguns textos do teólogo alemão e Joseph Ratzinger, que depois tornou se papa Bento XVI. Ratzinger foi um dos grandes teólogos do último século, com reflexões muito pertinentes para este século em relação ao mundo, a fé e a Igreja.

Em 1967 escreveu um livro intitulado introdução ao cristianismo. O objetivo desse livro era explicar de uma forma clara, com uma linguagem atual, o que significa ter fé. A ideia do livro surgiu quando estava na Coréia, ministrando um curso, e um jovem médico lhe pergunta o que significa ser católico. Ele percebeu como havia uma dificuldade atual de conhecer a essência e os elementos fundamentais do catolicismo, por isso, escreveu o livro explicando o Símbolo da Fé, ou seja, o Creio Apostólico.

Este livro teve várias edições, nos anos de 1967,1969 e 2000. Nesta última, elaborou um longo prefácio, no qual faz uma análise profunda do contexto do mundo nas últimas décadas e aspectos da vivência da fé católica. Ratzinger, que teve uma longa experiência no século passado, foi professor de Teologia em Tübingen e Regensburg, na Alemanha, foi perito do Concílio Vaticano II, depois tornou-se arcebispo de Munique, posteriormente foi nomeado Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé em Roma, onde atuou por muitos anos e, finalmente, foi eleito Papa, adotando o nome de Bento XVI.

Neste contexto, analisa as mudanças do último século, especialmente em relação à fé. O crescimento das ciências, fundamentado na razão humana, tornou a fé desnecessária. Com a inutilidade da fé veio a ausência de importância real de Deus na vida das pessoas e na história do mundo. A fé foi reduzida somente a uma questão privada, individual, subjetiva. A implicância da fé em tudo o que é público foi deixada de lado. Em muitos lugares se alienou a fé das normas e das leis econômicas, políticas, sociais e culturais na sociedade.

Há um desafio atual para que a fé volte a ter incidência histórica, pois Jesus é o Deus encarnado que interfere e transforma a história. Cabe aos seus discípulos e discípulas também modificar a história, tanto pessoal como pública. Como fazer isso de uma forma que não seja apenas um proselitismo religioso? Como transformar a fé no Evangelho de Jesus em uma realidade que beneficie todas as pessoas? Este é um constante desafio que todas os que crêem em Jesus tem, começando com a vida pessoal e se ampliando para as dimensões mais complexas da realidade, através de reflexões feitas pelos teólogos e executada pela organização eclesiástica.

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