De Olho na IdeiaPor: Felipe J. dos Santos
Os existencialistas surgiram no começo do século XX defendendo a liberdade e a consequência dela como responsabilidade. Eles também falavam sobre a necessidade de buscar uma forma autêntica para viver nessa complexidade, muitas vezes absurda, que é a vida, e falavam que essa complexidade acabava criando angústia e desespero durante a existência.
A preocupação maior desse pensadores era a de tentar descobrir como os indivíduos funcionam em sociedade e, junto com essa sociedade, conseguem distinguir suas personalidades ou individualidades. A grande busca deles é para entender a autenticidade de cada indivíduo e deles próprios.
Todos às suas maneiras, fizeram pesquisas e reflexões na tentativa de entender as características que definem uma pessoa autêntica. A ideia deles era se profundar nessa diferença que cada um possui. Alguns deles foram mais fundo e criaram esquemas para tentar capturar a essência do ser.
Heidegger foi um desses pensadores que se debruçou para tentar desvendar como uma pessoa adquire sua própria identidade e como a vida dessa pessoa é influenciada pela coletividade. Esse aprofundamento na própria alma e no entendimento das coisas mais profundas que cada um possui é meio parecido com o significado daquela frase atribuída a Sócrates e que também foi encontrada no templo de Apolo em Delfos e fala “conhece a ti mesmo”.
Parece tão simples conhecermos a nós mesmos que nem damos importância para isso há mais de dois mil anos, mas quando tentamos entrar pela porta de nosso mundo interior, já de cara nos en contramos com uma sensação de desconforto, natural daqueles que não querem saber quem são, pois quando souberem vão tomar consciência sobre tudo aquilo que precisam mudar.
Buscar a autenticidade não é um caminho fácil e menos ainda confortável, mas viver de forma inautêntica e superficial é quase como desperdiçar a vida com superficialidades sem sentido em uma existência sem propósito.
Em breve veremos uma nova onda de introspecção e de busca de sentido, tão logo passe esse período de desvios e desconcentração nas prioridades da existência.
Heidegger, lá por 1930, acreditava que a tecnologia moderna não era apenas um conjunto de ferramentas ou máquinas e sim uma forma de pensar que transformou o mundo em um objeto manipulável. Já naquela época percebia o risco de que um universo tecnológico se transformaria em uma ferramenta de manipulação de massas e que, com isso, a possibilidade de as pessoas “conhecerem a si mesmas” iria diminuir.
Agora vivemos esse momento curioso em que andamos, a grande maioria das pessoas, na superficialidade e no dinamismo daquilo que Heidegger chamava de decadência do cotidiano. Uma forma que a humanidade descobriu de entregar suas autenticidades e se transformar em figuras despersonalizadas que repetem cenas, gestos e atos como troca para o pertencimento no mundo da artificialidade.
Sensação
Vento
Umidade